Professor passou na aula filme com cenas de sexo, drogas e violência, e causa polêmica

A exibição de um filme com conteúdos sexuais numa aula de Religião e Moral levou os pais de um aluno da escola Joaquim de Carvalho, Figueira da Foz, a anular a inscrição na disciplina e a fazer uma participação à DREC.

O caso ocorreu há cerca de duas semanas numa turma do nono ano estabelecimento de ensino e culminou numa participação do sucedido à Direção Regional de Educação do Centro (DREC) por parte dos pais de um dos dois alunos da disciplina que contestaram a conduta do docente.

Em causa está a exibição, na aula, do controverso filme norte-americano “Kids”, que relata a história de um jovem de 17 anos, infectado pelo vírus H.I.V., cujo seu objetivo é ter relações sexuais desprotegidas com o maior número de raparigas virgens.

Ouvido pela Lusa, Carlos Monteiro, presidente do Conselho Executivo da escola Joaquim de Carvalho, confirmou o caso, acrescentando que a escola não procedeu a uma averiguação dado o assunto ter sido comunicado superiormente.

“A mãe expôs o assunto à direção regional. Não faz sentido uma instância superior estar dentro do assunto e eu estar a tratar dele”, argumentou Carlos Monteiro, sublinhando que a encarregada de educação “tratou o assunto com muito bom senso”. “Achou que a situação não tinha sido a mais correta, comunicou a quem devia comunicar e manteve-se calma e serena, não dramatizou a situação”, frisou.

Filme enquadrava-se nos conteúdos da disciplina

Na sequência da participação, a escola enviou à DREC uma exposição do próprio professor sobre o sucedido, onde este justificou que o filme “enquadrava-se nos conteúdos da disciplina do [nono] ano, definidos no manual de Religião e Moral”, frisou o diretor da escola.

“O professor pretendia motivar os alunos para alguns temas que fazem parte dos conteúdos”, adiantou.

O filme, classificado em Portugal para maiores de 16 anos, estreou comercialmente em 1995, dividindo opiniões da crítica, que o considera franco e brilhante, mas também chocante e brutal.

Para além dos conteúdos sexuais, onde se inclui a cena de um estupro a uma jovem, usa linguagem ofensiva e mostra jovens adolescentes a consumirem drogas e álcool ou a espancarem um rapaz na rua.

O presidente do Conselho Executivo admitiu que não viu o filme, assumindo, no entanto, conhecer o seu conteúdo e a linguagem utilizada.

“Professor sabia que filme é que estava a passar”

Garantiu que o docente de Religião e Moral, que há vários anos leciona na Joaquim de Carvalho, apresentando um comportamento “irrepreensível”, também conhecia o conteúdo do filme e que a sua exibição não resultou de um lapso ou de uma troca de filmes.

“O que aconteceu não foi um lapso (…). O professor sabia que filme é que estava a passar, o filme foi apresentado conscientemente”, precisou Carlos Monteiro.

Manifestou, por outro lado, que o docente “pressupostamente” fez uma “preparação” prévia do filme com os alunos, anterior à exibição.

“Trabalhou-o com os alunos e depois projetou o filme, é essa a informação que tenho”, disse o director do estabelecimento de ensino.

Questionado sobre a adequação da exibição de uma película para maiores de 16 anos a alunos mais novos (os estudantes do 9º ano têm entre 13 e 15 anos), Carlos Monteiro nota que se pode daí inferir “que talvez não seja o mais adequado”, embora recusando pronunciar-se sobre o caso específico da exibição na aula de Religião e Moral.

Segundo a lei, os menores de 16 “podem ver os filmes acompanhados”.

Adaptado: IOL Diário (Portugal)

Fonte: Gospel Mais


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