TCU alerta para caos em aeroportos

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez um alerta ontem para o caos que tomou conta dos aeroportos brasileiros, com a predominância de obras superfaturadas em ampliações e reformas sem projeto básico. Na opinião dos ministros, a situação é tão grave que a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil poderá ser comprometida.

"Corremos o risco de um constrangimento em escala global, porque os aeroportos podem provocar o fiasco da Copa", disse o ministro Raimundo Carreiro, relator da maior parte das auditorias feitas em nove aeroportos.

Fizeram coro para ele os ministros Augusto Nardes e Benjamin Zimler. "Emitimos um alerta sobre a possibilidade de ocorrência de acidentes aéreos e eles, infelizmente, aconteceram", disse Nardes, referindo-se aos acidentes com o Boeing da Gol, em 2006, quando morreram 154 pessoas, e com o Airbus 320 da TAM, em 2007, com 199 mortos. Zimler lembrou que a Infraero, empresa que administra os aeroportos, já foi advertida. Em seguida, o plenário do TCU, constituído de nove ministros, aprovou o alerta.

Com a decisão, será enviado um ofício a respeito da situação dos aeroportos para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para o presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, e para a Comissão de Orçamento do Congresso - à qual cabe a aprovação das emendas que têm liberado dinheiro para as obras dos aeroportos.

Carreiro determinou a suspensão das obras no Aeroporto de Vitória. Segundo ele, auditoria do tribunal identificou ali superfaturamento de R$ 43,946 milhões, que correspondem a 19,93% do total contratado. Carreiro deveria julgar também a auditoria feita no Aeroporto de Cumbica, segundo a qual há superfaturamento de R$ 62 milhões nas obras das pistas. Ele atendeu a um pedido do presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, que solicitou 15 dias de prazo para prestar esclarecimentos e impedir a suspensão das obras. Carreiro afirmou que a Infraero paralisou as obras no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, ao identificar que, da obra de R$ 287 milhões, pelo menos R$ 73 milhões estão superfaturados.

Fonte: Estadao.com.br


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